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Corvos em entrevista: «foi um álbum super trabalhoso»

©Arlindo Camacho - Divulgação

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Corvos em entrevista: «foi um álbum super trabalhoso»

«Corvos convidam». É este o título e mote simples do mais recente álbum dos Corvos, e que os leva a recriar clássicos dos anos 80 como «Remar Remar», dos Xutos & Pontapés, «Sete Mares», dos Sétima Legião, «Patchouly», do Grupo de Baile, ou «Rua do Carmo», dos UHF. Desta vez, os convidados são os próprios Corvos, que revelam tudo sobre o conceito e resultado do novo trabalho.

 

MYWAY: Como é que surgiu a ideia de fazer isto com tantos convidados?

Tiago Flores: Há três principais objetivos: um é chegar outra vez ao mainstream, outro foi comemorar a nossa longevidade de dezasseis anos, e outro foi a música portuguesa. Há músicas que nós escolhemos que marcaram a história da música portuguesa, e tem sido muito bom.

 

MYWAY: Escolheram as músicas porque já tinham pensado nos convidados, ou pensaram nos convidados porque eram estas as músicas que queriam fazer?

Pedro Teixeira: Nós pensámos na época, primeiro. Algumas músicas fomos nós que queríamos, outras foram os cantores que propuseram: gostava de fazer esta. Foi uma sinergia entre nós e eles.

 

MYWAY: Veem esta época dos anos 80 como uma era dourada na música portuguesa?

TF: Da música rock portuguesa, sem dúvida. A nível nacional foi realmente esta época dos anos 80, com estas músicas (do disco) e mais. Haveria mais cantores, ou cantoras que poderiam vir, mas nós tivemos de escolher, porque tínhamos de começar por algum lado, e estas foram as opções que nos surgiram. Às vezes nas versões não jogam muito na transformação para um quarteto de cordas, e por isso há sempre uns certos ajustes, mas penso que (os músicos) também se sentiram confortáveis porque os temas são deles, acima de tudo, e eles têm de se sentir bem. Foi isso que conseguimos.

PT: Acima de tudo, foi um álbum super trabalhoso. É muita gente, muita coisa envolvida, mas se calhar também foi o álbum que mais gozo nos deu fazer. São canções que fizeram parte da nossa juventude, e de repente estás ali a tocar com eles! É uma sensação brutal.

 

MYWAY: Sentem que as músicas já são vossas, agora?

TF: As músicas são de nós todos, não é? São portuguesas. Nós tivemos foi a audácia de tentar fazer isto, e os autores gentilmente acederam.

 

MYWAY: Estavam a dizer que foi dos discos mais complexos que tiveram de fazer, como é que foi ajustar a vossa identidade, com a das canções, e depois com os músicos?

TF: Foi relativamente fácil. Vou mencionar aqui o António Manuel Ribeiro, porque o que ele disse é um facto: todos os temas que foram escolhidos são muito bons. Musicalmente, e harmonicamente são muito agradáveis, e conseguiu-se fazer as versões bem feitas, eles adoraram, sentiram-se confortáveis sem as guitarras elétricas, e sem aquele timbre do rock.

PT: A banda também já tem larga experiência a nível de arranjos. Desde o primeiro álbum dedicado aos Xutos, em que fizemos um álbum inteiro com arranjos das músicas deles, no segundo álbum foi a mesma coisa, mas com Nirvana e Doors, portanto não era uma novidade para nós estar a fazer arranjos.

TF: Geralmente, o que acontece, como somos uma banda instrumental, é que o nosso cantor é o Pedro. Neste caso, o arranjo só tem de mudar ligeiramente. Estamos bastante habituados, estudámos bastante para saber como se faz um arranjo, e temos pessoas bastante talentosas na banda. Quase todos somos compositores, por isso saiu bem, e fundamentalmente os autores das músicas ficaram confortáveis, e sentiram-se enaltecidos pela nossa proposta. Esse objetivo está cumprido.

Pedro Silva: Os arranjos são da nossa responsabilidade, mas todo este processo para chegar à versão final teve a colaboração do Rui Massena, que foi fundamental. No meio daquela criatividade, todas as versões finais têm o dedo dele.

TF: Quando os músicos estão a tocar, não estão de fora a ouvir, e ele é uma pessoa que está de fora, que percebe, sabe do que se trata, conhece bem os instrumentos, está no meio, mas também tem a irreverência que nós também temos, e sabe comunicar connosco.

 

MYWAY: Este conceito abre a porta a que possam fazer isto com outros convidados, e com outras épocas. Pensam nisso?

PT: Este álbum é só com vozes masculinas, e nós temos excelentes vozes femininas, por isso pensamos em possivelmente fazer um segundo álbum só com convidadas femininas.

 

MYWAY: Vocês apresentaram este trabalho logo na MEO Arena, como é que correu?

TF: Correu muito bem! Como foi uma gala de solidariedade para a Associação Novo Futuro todos os convidados do disco aceitaram fazer. Todos os músicos neste país – e estou a falar em nome de todos sem autorização deles, mas é o que acontece – todos os músicos aceitam fazer estas coisas. Também é preciso um bocado de sorte, mas tudo isto aconteceu e conseguimos ter quase todos em palco. Para quem esteve lá, foi um concerto único.

 

MYWAY: Como é que vão ser as apresentações daqui para a frente?

TF: Vamos fazer o nosso percurso normal, não é? Já temos uma estrutura montada, porque é muito difícil levar todos os cantores para todos os concertos, é praticamente impossível. Eventualmente um, dois, ou três poderão aparecer aqui, ali, ou acolá, mas é sempre complexo. Já falámos com eles todos, e estão abertos à nossa proposta de aparecerem num concerto. O público que apareça, e poderá ver quem é que vai também aparecer.

PT: A verdade é que todos eles se entregaram ao projeto. É um disco deles também, até em promoção, e tudo, eles gostam de estar connosco, e tudo o que for possível fazer eles estão abertos a participar connosco. Tem sido incrível, eles abraçaram mesmo a ideia do disco.


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